quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Diário de viagem de um Parayba – Parte 3 - Reencontrando um velho amigo: O Rock Sergipano!

Manhã de Quarta-feira - 20/12/2007
Já estava meio que me punindo pelo fato de já estar em Sergipe há três dias e ainda não ter entrado em contato com algumas pessoas.

Dei uns telefonemas, um deles foi para o Djair da banda de Heavy-Metal Tanchalha, mas não tive sucesso. Já uma outra ligação gerava bastante ansiedade, era para uma amiga, que algumas pessoas do Rio ouviram falar dela como uma das minhas “ex-futura-namorada”. Ela foi uma professora particular que tive lá pelos 13 anos, meu contato com ela foi tão legal que rompeu as barreiras das aulas virando uma grande amizade. Saiamos para vários locais... missas, cinemas, praias, formávamos uma dupla de rodinhas ela nos Patins, eu no Skate e em alguns casos ainda incluía uma bicicleta Caloi do mesmo modelo vendido na virada das décadas de 70/80.
Logo nossa amizade fez com que as pessoas comentassem que nos dois tínhamos algum envolvimento, mas a verdade é que nunca ocorreu um único beijo nosso e no maximo o que rolou foram desejos um pelo outro, porem reprimidos pela timidez juvenil de ambos(ela é três anos mais velha), mas nada alem disso!
Descolar o seu tel. foi uma das primeiras coisas que fiz em Aracaju.
Então com os números na mão...
- Colégio Felix, bom dia!(Ela do outro lado da linha)
- Alo, eu gostaria de falar com Isolina!? (Eu, curioso pela supressa que iria causar?)
- É ela quem gostaria?
- Oi! Vamos ver se você vai lembrar de mim, sou um dos seus primeiros alunos e à algum tempo fui morar no Rio de Janeiro!
- É o Victor?
- Não, não é o Victor! Você se lembra de uma musica chamada “Ana Banana”? (Da banda Gaúcha TNT, Cantava essa musica na porta da sua casa, isso substituía a campainha).
-Não, não lembro!(Depois ela me disse que se tivesse cantado a musica ela teria lembrado).
-Ta bom! Sou eu o Michael!
-AAAAAAAAAAAAAAAA... Cidinha é o Michael-Pão...(Cidinha é sua irmã e minha amiga e Michael-Pão é o meu mais famoso apelido no Conj.Sta-Tereza!).
Passada a supressa e mal começamos a falar a ligação caiu liguei novamente e reiniciamos o papo e a ligação caiu de novo, fui a outro orelhão e ela me disse que defeito era em seu aparelho. Agora Isolina estava casada, mãe de dois filhos, enquanto sua irmã também era casada e mãe de um filho. Claro que me perguntou o que estava fazendo da vida. Falei que fui casado, sou fotografo, estudo jornalismo... Como não dava para colocar todo o papo em dia por telefone, combinamos que lhe faria uma possível visita na noite daquele dia. Mas isso iria depende, pois já havia programado de ir ao final da tarde a loja de discos Freedom.

Nunca vou esquecer...
Ao voltar ao Rio em 1990 e começar a viver o underground carioca tive respeito dos Heavy´s porque minha praia era o Heavy! Porem minha outra vertente o Punk teve o respeito do movimento punk carioca, não porque eu era punk, e sim porque conhecia e gostava da banda Sergipana Karne Krua e seu idealizador o Sylvio era meu amigo. Naquela época por varias vezes fui perguntado:
- Você é de Aracaju, Você conhece o Sylvio e a banda Karne Krua?
Minha afirmação era motivo de respeito entre os punks devido a consideração dos mesmo pela Karne Krua.
Por outro lado os punks cariocas estavam cada vez mais afastados do movimento Heavy, da mesma forma o movimento Heavy também se afastar dos Punks. Olhava (e continuo olhando) aquilo com decepção em especial pelo fato que a minha aproximação com a cena Punk fazia(e ainda faz) com que muitas pessoas não compreendessem a minha visão de “União das Forças
!(Metal+Punk+Progressivo+...=Rock And Roll)!
Mas foda-se! Sou eclético e não tenho a mente fechada para nenhum estilo musical.

A loja de discos e artigos de rock Freedom pertence ao meu velho amigo Sylvio vocalista da lendária Karne Krua. A banda tem mais de 20 anos de historia e respeito em todos os cantos do Brasil. Sylvio também é vocalista da banda Maquina Blues, uma respeitada banda de blues, isso mostra que os punks estão muitos mais abertos às diversidades musicais do que os heavys em especial os heavys de hoje em dia.

Havia combinado de ir à loja com Adelvan Barbosa um dos mais conceituados fanzineiros do Brasil. Suas pesquisas sobre o rock sergipano um dia vão se trornar um livro sobre a historia do rock sergipano, da mesma forma que venho pesquisando sobre o rock na Zona Oeste Carioca e se Deus quiser finalizo esse ano o meu livro. E por uma ótima coincidência, Adelvan mora e trabalha próximo das casas onde fiquei hospedado em Aracaju e isso foi uma mão na roda.


Pela tarde...
Fui com meus primos "RicardoPequeno" e sua irmã Tayane até a casa da minha tia Marli(Que esteve no Rio ano passado conforme contei na parte 1!).No caminho vi que no quesito Arte em Graffite Aracaju estava de nota 10! Alem disso ao entrar no prédio fiz uma foto de um quadro em azulejo assinado por Vicente Coda e que só dias depois fui descobri o que tinha de familiar com o quadro. Demos um tempo na casa da minha tia e depois levamos minha prima na academia e fomos à Massaranduba – Madeiras, local de trabalho do Adelvan.

Lá pelas 18h..
Rápida passada no trabalho de Adelvan e fomos à Freedom, meu primo preferiu não ir. Adelvan ainda ligou para o Sylvio falando que estávamos a caminho, no trajeto para o Centro de Aracaju(End.da loja) papos sobre o Rock Sergipano/Carioca e Ele até contou das loucuras que o Ronaldo vocalista da Gangrena Gasosa armou quando foi à Aracaju.

Chegando a loja descobri que a mesma já não ficava em seu antigo endereço em uma galeria não muito distante do atual endereço. Depois dos comprimentos formos colocar o papo em dia, minutos depois o tel. da loja tocou era o Mazinho ex-musico da Karne Krua informando o Sylvio que eu estava em Aracaju. Acredito que Mazinho tinha acabado de tomar conhecimento da minha mensagem via-orkut avisando a todos da minha vinda a Sergipe. Em seguida um outro músico da Karne Krua chegou à loja e fizemos a foto que foi postada em meu flog!Na Foto:Sylvio e Adelvan e um quadro de Augusto Cesar!

Camisa da banda Carioca Jason sendo vendida na Freedom!



Na loja tomei conhecimento dos shows que ocorriam em Sergipe durante a minha estadia o primeiro seria um show de covers dos Rolling Stones(Cartaz ao lado) promovidos pela banda Plástico Lunar no dia 22/12 uma banda psicodélica que sempre ouvir falar bem. Já tinha conhecimento Via-Orkut muito antes de ir para Sergipe do Festival AJU ROCK FEST-2 em 28/12. Mas a supressa maior foi saber do show da Karne Krua no município de Itaporanga D´juda no dia 23/12. Tudo o que queria e não esperava, é que fosse rolar um show da Karne Krua durante a minha estadia em Sergipe.

Silvio tinha um compromisso e teve que fechar a loja mais cedo, ficamos de papo na porta da loja até cada um tomar seu rumo. Com isso fui dar um roler com Adelvan pelo cento de Aracaju e seus enfeites de natal. (N.E. Neste exato momento que escrevo esse post vejo que aquela foi a primeira vez que andei pelo Centro de Aracaju a noite desde que cheguei à cidade). Passamos pelo Parque Teófilo Dantas a praça da Catedral Sergipana e que já foi e ainda é, porem sem a mesma animação um point do rock sergipano e que eu freqüentava na virada dos anos 80/90 ao fim da tarde saindo do colégio e foi justamente nessa pça em agosto de 1986 que entrei para o mundo do Rock ao ver uma edição da extinta Revista Metal na banca de jornal.

Catedral e Parque Teófilo Dantas!-->






Se a Serra do Piloto tem a Ponte Bela, Aracaju tem a Ponte do Imperador!

Da Catedral seguimos para a Ponte do Imperador, Estação das Barcas que com a construção da ponte acabou falindo, passamos pelos Mercados da cidade e fomos até uns quiosques próximos da PONTE ZÉ PEIXE. Percebi algumas mudanças no visual da cidade, as coisas estavam mais organizadas, as ruas mais limpas... Tinha até um puteiro freqüentado por alguns músicos do rock carioca quando ocorrem shows em Aracaju. Mesmo esse puteiro tinha o seu glamour, até fui convidado para entrar, mas como nunca usufruir dos serviços oferecidos num puteiro não vai ser em Aracaju usufruirei.
Os papos giraram em torno da política sergipana, bandas, pirataria, internet, Figuraças do rock em Aracaju, amigos em comum, fanzines, Rock Press, shows que já ocorreram e os que estavam por vim em Sergipe ou no Rio...

Quiosques proximos da PONTE ZÉ PEIXE!


Confesso que de tanto ouvir que Aracaju estava violenta, com assaltos, trafico de drogas... que estava com medo de andar pela noite em uma região similar a Pça-XV aqui no Rio com minha recém comprada câmera fotográfica e o Adelvan ainda falou: “Só espero que agente não seja Assaltado!”.
Voltamos ao carro que ficou estacionado em frente a Freedom pelo calçadão do comercio sergipano uma espécie de Rua Uruguaiana(RJ) sem o camelodromo. Passamos em frente ao Cine-Rio-Branco um dos primeiros cinemas do Brasil (N:E:Acabei de saber que esse cinema quando foi fechado era a sala mais antiga do mundo em funcionamento) e um dos que não cheguei a entrar, pois suas sessões eram apenas de filmes pornográficos, mais a frente o Cine-Palacio onde hoje funciona um bingo e nesse sim vi muito filme nos anos 80, acho que o último foi Guerreiro-Americano-2.

Como falei estava hospedado próximo da casa do Adelvan, com isso a volta para casa foi rápida, Adelvan ainda ofereceu uma carona até o Conj. Sta Tereza para ir à casa das minhas amigas professoras, porem achei melhor não incomodar mesmo porque não confirmei a minha visita para aquela noite com a Isolina.

Despedir-me de Adelvan e combinamos de irmos ao show de cover dos Stones e também da Karne Krua.

Sobre a recém construída PONTE ZÉ PEIXE:
Ela é a segunda maior ponte do Brasil só perdendo para a Ponte Rio-Niteroi, foi obra do Governador João Alves. E como em Sergipe todo político que colocar o próprio nome em tudo quanto é obra que faz por isso o João Alves a nomeou de “ponte joão alves”.
Seria o mesmo que o César Maia nomear o Estádio Olímpico de “Estádio César Maia”.

Municipio da Barra dos Coqueiros visto de Aracaju!

Em Sergipe tem um senhor conhecido como ZÉ PEIXE que NADA MUITO, NADA MUITO MESMO. Por centenas (talvez milhares) de vezes atravessou a nado o Rio-Sergipe fazendo a ligação Aracaju/Barra dos Coqueiros a mesma ligação feita pela PONTE ZÉ PEIXE.
ZÉ PEIXE
é uma espécie de "guia-marítimo-aquatico" para as inúmeras embarcações que chegam à costa sergipana uma das mais perigosas do Brasil, segundo disse Gloria Maria em uma matéria feita com o ZÉ PEIXE num Fantástico dos anos 80.
Seria muito justo o nome da ponte ser PONTE ZÉ PEIXE.
Como o EX-gorvenador(ele não foi reeleito RsRsRs...Se fudeu, RsRsRs...) preferiu nomear a ponte com o seu próprio nome, muitas pessoas só reconhecem a ponte como PONTE ZÉ PEIXE. (Eu sou uma dessas!).
Infelizmente não cruzei com ZÉ PEIXE em minha estadia em Sergipe, diferente dos anos 80 que vez por outra cruzava com ele diante do Rio-Sergipe, próximo a Ponte do Imperador. Se tivesse encontrado com ele teria pedido para fazer uma foto ao lado dele.

EU E AO FUNDO O RECENTE CARTÃO POSTAL DE ARACAJU A PONTE ZÉ PEIXE!


No proximo Post: Piscinas, Cervejas, Animais, Rock and Roll, A Orla Sergipana...

E não esqueçam:
Quando forem a Sergipe, não existe nenhuma ponte joão alves.
E visitem a PONTE ZÉ PEIXE!

Namastê!
Michael Meneses!