quarta-feira, maio 02, 2007

Diário de viagem de um Parayba – Parte 4

Fazenda Boa luz - 22 - 12 - 2006

Quando cheguei à Aracaju em 1980 só existiam 2 canais televisivos a TV-Sergipe (Globo) e a TV-Atalaia está eu acho era transmissora da TV Tupi, mas logo virou Band, naquele tempo a TV só entrava no AR por volta das 9horas da manhã. Os anos passaram e a coisa foi normalizando, assim como outros canais de foram chegando: TV Cultura (TV Aperype) SBT, Manchete...

Tive mais contatos com profissionais de TV do que em assistir TV em Sergipe. Lá muita gente usa antena parabólica e com isso é possível assistir emissoras do Paraná, Tocantins, Salvador (SBT, que não tem mais filial em Sergipe e a programação vem da Bahia), além de canais das TVs à Cabo local. Foi divertido ver um programa de esporte local produzido pela TVCAJU, fiquei esperando para saber das novidades da ASSOCIAÇÃO OLIMPICA ITABAIANA! O apresentador anunciou que o correspondente iria entra no ar diretamente da cidade de Itabaiana por telefone, até ai tudo bem! O fato é que foi algo tosco! O correspondente começou a contar como foi o primeiro treino com bola do time para temporada 2007, enquanto o apresentador ficava gesticulando e falando silenciosamente com os técnicos do estúdio. Não teve nem uma foto do correspondente ou um escudo do time, para esconde aquelas imagens do Estudio. Era o correspondente falando ao telefone com as noticias do MEU TIME NO BRASIL, o apresentador pagando mico em Rede Estadual, e eu achando a maior graça!

Minha barriga gelava sempre que descia essa ladeira de carro quando muleque!

Rumo a Fazenda Boa Luz!


Hoje a TV Atalaia transmite a programação da Record e aquele primo que não me reconheceu quando cheguei à Aracaju trabalha na emissora e me convidou para participar da festa de fim de ano realizada na Fazenda Boa Luz no município de Laranjeiras. O lugar é um misto, de Jardim Zoológico, Parque Aquático, Restaurante, Pesque-Pague e fazenda propriamente dita. A Festa teve todos os confortos oferecidos pelo local e foi lá que vi o primeiro show em Sergipe. Foi show com um estilo musical local que mistura Axé-Music + Forro + Brega, o chamado Arrocha. Foi lá que vi o FAMOSO e TOSCO BARRETA! Uma espécie de “Ratinho” da TV Record local até iria fazer uma foto com ele, mas acabou não rolando. Dei mole!

A primeira coisa que fiz foi dar um roler no trenzinho para ver os bichos, a pior parte foi ver um Cavalo, com a perna machucada e mesmo assim sendo usado na exibição e até mesmo suportando o peso de pessoas em seu lombo.

Também vi:
Boi de 3 chifes!!!


















Boi Gigante!!!




Boi cagado!!!

















E mais... Homem segurando cobra, Coelhos, Jacarés, Leões, Aves Exóticas, Zebras, Hippotomos, varias espécies bovinas e eqüinas... Tirei até uma foto junto a um Caranguejo Gigante. --> http://www.fotolog.com/therockisanart/20586509

O grande barato foi o parque aquático, adoro piscina, e juntamente com meus primos me acabei no tombo-água. Só tive medo de descer no tombo-água gigante. Ficamos na festa até o final da tarde e na volta fui fotografando o meu primo(filho do meu primo) dormindo de boca aberta, alem de alguns motéis na beira de Estrada.

I can´t get no Satisfaction??? – Show dos Rolling Stones Covers Locais!!

Quem me conhece sabe que tem coisas no mundo do rock que NÃO ADIMITO! A Radio Cidade e Bandas Covers, são algumas delas, essa ultima é a que me causa um certo incomodo, pois alguns amigos defendem o leite das crianças ou o “baseado” de cada dia, gozando com o pau dos outros! Meu questionamento é o porquê de tanto talento desperdiçado? Por que tocar musica dos outros, quando se pode compor algo novo e que pode vim a ser revolucionário? Por que bu$car Sempre pelo mai$ fácil?

Havia combinado com Adelvam de ir há um show de uma banda cover dos Stones, no bairro praiano da Coroa do Meio. Quando sair de Sergipe o bairro ainda era meio deserto, mas por ficar entre o Rio Mar Shopping Aracaju e a Orla de Aracaju, hoje ele tem seus atrativos.
Encontramos-nos em uma esquina próxima as nossas casas, reencontrei sua esposa que conheci aqui no Rio no Festival Claro Que É Rock! Seguimos para casa do ex-musico da Karne Krua e que depois tocou na banda o Fome Africana que cheguei a ver uns 3 shows nos anos 80 seu nome: Vicente Coda o mesmo do quadro na porta do prédio do meu primo. Ao encontrar com o Vicente Coda conversamos sobre o rock sergipano dos anos 80, contei dos shows que vi da banda dele, logo esse assunto salta para política, educação, Internet, Sergipe, literatura, Rio de Janeiro, artes, São Paulo... Vicente Coda queria saber em qual bairro eu moro, pois ele morou no Rio, quando falei Marechal Hermes ele disse:
- Eu passava por Marechal todos os dias, pois morava perto, em Anchieta e estudava em um colégio chamado ITU em Bento Ribeiro!!
Falei que o ITU ainda existe, ele é professor de arte plásticas e ficou feliz em saber, pois lamenta o fato que os colégios onde estudou estão fechados e parece que só o ITU continua funcionando.

Até onde lembro essa foi à primeira vez que conversei com Vicente, não lembro de papos nos anos 80. Sua banda o Fome Africana fazia um rock típico da época, e naqueles tempos eu só ouvia Metal, Punk, Progressivo e isso afastando o contato com outros estilos do rock sergipano.

O show-cover em questão aconteceu no Bar Capitão Cook, um lugar que parecia ser bastante aconchegante, porem muito caro pelo o que ouvir dizer e como tenho ótimas lembranças do show GRATUITO dos “VERDADEIROS” ROLLING STONES na praia de Copacabana fica difícil pagar 15 reais para ver uma banda cover. Vicente Coda ainda falou, que um dos musico da banda lhe contou que uma das musicas tocadas seria She is a Rainbown, e lembrava a toda hora que John Lennor disse uma vez que essa foi a melhor musica já gravada no mundo.

Curioso é que fazia muito tempo que não ouvia essa musica acho que dês da época da FLU-FM. Até que recebi na véspera de ir á Aracaju como parte de um pagamento por uns trabalhos fotográficos a caixa:
The Rolling Stones Single-BOX 3 CDs e fiquei ouvindo os 3 cd enquanto arrumava a mochila foi o suficiente para - She is a Rainbown, entrar novamente na cabeça. Além disso, no dia da viagem, fiquei ouvindo essa musica umas 30 vezes seguidas em meus últimos minutos em casa, na busca de um relaxamento pré-viagem, enquanto que minha mãe estava mais preocupada com o meu voou que eu mesmo. Fiquei vários dias em Sergipe com a musica na cabeça sem ter como ouvi-la, tentei até baixar no PC da minha prima, mas não consegui.

A Banda cover dos Stones era composta por músicos do Plástico-Lunar uma conceituada banda Sergipana de Rock Psicodélico. Sempre ouvir falar muito bem deles e no momento a banda está disputando na categoria Banda Revelação o Premio Toddy de Musica Independente!

Quando não se consegue enganar a si próprio, todo santo ajuda!
Ficamos conversando em frente ao Bar Capitão Cook até o inicio do show cover, pensei que fossemos entra para ver o show, mas o povo não entrou e com isso ME SALVEI de ser ENGANADO em um show cover! Fomos à orla fazer um lanche, paramos no Flash Burg. Dei uma olhada na orla de Aracaju. Aquela era a primeira vez que estava na praia desde que cheguei à Aracaju e a orla era algo realmente novo! Nos anos 80 a orla era só a praia, na época existia uma longa distancia entre o calçadão e a água do mar, Alguém teve a idéia de usar parte daquela faixa de areia e construir, pista de skate, lagos com pedalinhos, Aquário, Sorveteria, pizzarias, ciclovia... Enfim uma imensa área de lazer e a cidade ganhou um ótimo ponto turístico.
Passado o lanche voltamos para casa. Vicente Coda zoava o Adelvan lhe chamando de Comunista feio, Adelvan devolvia a pilha. Eu me só de ri dos dois.

Adelvan nos convidou para irmos passar a noite na casa dele, até porque já era perto das 2h da madruga e seria incomodo chegar àquela hora na casa dos meus tios. Porém ciente que o Vicente falava muito e sei que não sou nada calado, perguntei ao Sr e Sra Adelvan:
- Em sua casa vamos ficar conversando até amanhece ou vamos todos dormir?
Eles responderam que iriamos dormir, mas que eu e Vicente poderíamos ficar conversando até o sono chegar. “oPTei” não correr o risco de ficar de papo com Vicente e incomodar o casal!

Fique nas proximidades da casa da minha tia e na casa da minha tia tudo apagado, chamei algumas vezes e nada, até passou um daqueles seguranças que passam pelas ruas apitando (igual na rua do Levi). Achei que fosse me interrogar, mas não deu a mínima para mim. Como ninguém na casa deu sinal, fui ao AP do meu primo e como lá teria que me identificar na portaria seria mais fácil de ser atendido. Na portaria do prédio o porteiro tocou o Interfone e minha senha foi liberada, expliquei que não esperava voltar tão cedo do show e por isso estava chegando àquela hora. (algo em torno das 2:08AM). Minha tia me obrigou a comer alguma coisa e me colocou para dormir na cama do meu primo (filho do meu primo), eu já estava deitado no sofá, mas ela não desistiu e não sossegou enquanto não fui dormir no conforto da cama e antes que todos na casa acordassem, fui para caminha! Aos poucos fui percebendo que se tem uma coisa que o povo de Sergipe tem em comum com os cariocas é a HOSPITALIDADE, diria que eles são até mais hospitaleiros.

Outras fotos do dia:

Educandario Frei Anselmo esse era o colegio que eu conto para vocês que estudei em Aracaju, onde quem não acertava uma pergunta em sala de aula apanhava de regua na mão, pois nele ainda se fazia uso da Sabatina.



No próximo capitulo:
Piscina, Cerveja, Vinho, Passeando pelo Shopping de pés descalço, show da Karne Krua em Itaporanga D´ajuda/SE.

Namastê!
Michael Meneses
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