domingo, setembro 21, 2008

Diário de Viagem de um Parayba – Parte 9

28/12/2008 – Campo do Brito e Itabaiana


Pela manhã fui a Campo do Brito e voltei à Itabaiana às 15 hs. Tinha combinado com Lorena de fazer umas fotos da Vila Olímpica, marquei com ela na por volta das 16 horas, esperei um bom tempo, estava maior sol e ela não apareceu, depois me alegou que tava “naqueles dias” e não se sentia bem.

O jogo do ano...
A última vez que vi o Itabaiana jogar foi na final do campeonato sergipano de 1985 em jogo contra o Sergipe no Estádio do Batistão em Aracaju, o titulo ficou com o time rubro e o tricolor da serra amargou 15 anos sem caneco. Ao resolver passar férias em Sergipe, algumas coisas estavam certas e na medida do possível iria fazê-las, uma delas era assistir um jogo do Itabaiana. Para isso bastava ter um, algo meio difícil de acontecer, pois estávamos praticamente no final do ano. Por sorte um, amistoso aconteceu e lá fui ver o Itabaiana jogar.

Antes de sair da casa de minha tia para o jogo fiquei conversando com meu primo Testa, um FLAMENGUISTA FLANÁTICO. Ele tem até foto 10X15 emoldurada e pendurada na parede ao lado do jogador Bebeto quando o mesmo foi ídolo do FLAMENGÃO nos anos 80.

Na noite anterior durante o coquetel, foi sugerido que assistíssemos ao jogo nas cadeiras-especiais, seria até melhor para as fotos, porém ninguém ficou. Geral foi para a arquibancada. Acabei comprando ingresso de especial que custava 10 Reais, paguei com uma nota de 50 Reais e esqueci o troco, todavia o bilheteiro me gritou e voltei para buscar meu troco. VALEU BILHETEIRO, VOCÊ É A PROVA QUE EXISTE VIDA HONESTA EM ITABAIANA!
Preliminar: Botafogo/SE X Mastres do Itabaiana





Entrei no setor das cadeiras-especiais e o craque Justinho que conversava com outro senhor sobre a capacidade do estádio do Itabaiana e veio falar comigo, fiquei até lisonjeado com o momento e me perguntou:
“Meu filho como é essa historia de você morar no Rio e torcer pelo Itabaiana?”

Respondi o de sempre falando que era filho de sergipana e tal, em seguida ele me perguntou uma coisa que não tive resposta convincente, mesmo porque essa RESPOSTA NÃO EXISTE:

“Meu filho me responde uma coisa, como é que o Flamengo com aquela torcida toda não ter um estádio?”

Recebi passe livre para fazer as fotos no gramado e com isso fotografei um jogo de futebol pela primeira vez na vida.




Porém, o jogo só começaria depois que o então e hoje ex-governador João Alves (aquele que nomeou a ponte ZÉ PEIXE com o próprio nome) chega-se ao estádio e inaugurasse ao lado do ex-prefeito o novo sistema de iluminação do Estádio, que incluíram novos refletores, placares eletrônicos e novas cabines de radio, mas ambos demoraram a chegar ao estádio.

Toda espera tem seu fim. Os políticos chegaram e sem demora puxaram as fitas e as luzes foram inauguradas. Os ex-políticos desceram a escada das especiais para posar para as fotos e nessa hora, o governador meio que se apoiou em meu ombro para descer as escadas. EU JURO QUE A PRIMEIRA COISA QUE PENSEI FOI PUXAR O MEU OMBRO E COM ISSO FAZER O GOVERNADOR CAIR! Se tivesse feito isso e se o governador não se machucasse feio e nem ter feito ninguém se machucar, teria MAIS UMA DESSAS HISTÓRIAS, LINDAS E ÚNICAS PARA CONTAR! Tipo:
“SE FODE AÍ! - O DIA QUE MICHAEL MENESES DERRUBOU O GOVERNADOR DE SERGIPE!”
Enfim, eles posaram para os fotógrafos e cinegrafistas, foram embora e o jogo começou com uma linda iluminação, mas isso foi por pouco tempo...

Política em Sergipe é como nos EUA, só existem dois lados Oposição X Situação, e O RESTO NÃO CONTA! Sendo assim os eleitores presentes no estádio ou eram favoráveis aos políticos que estiveram presentes ou radicalmente contra a eles.



Atletico de Alagoinhas/BA no Aquecimento!

Logo o jogo começou, e por volta de 15 minutos a iluminação foi por brejo e parte do ESTÁDIO FICA ÀS ESCURAS.
Minutos depois a luz volta e o jogo também, porém logo um novo apagão. Dessa vez com a parte que ficou acessa antes. Não lembro quantas vezes à iluminação foi e voltou, mas alguém teve a idéia de usar cerca de 50% da nova iluminação do estádio e o ainda primeiro tempo seguiu sem problemas.


O apagão não foi de todo ruim, pois foi engraçado ter o privilégio de ouvir um torcedor ironizar a situação gritando que tinha sido a prefeita da situação que tinha mandando apagar a iluminação. Rsrsrs...

Itabaiana no Ataque!
Sobre o jogo o Itabaiana não foi bem, ainda estava se entrosando e acabou perdendo por 2 X 0. Por acreditar o jogo todo na vitória do tricolor, assisti o jogo dos dois lados do Gramado, pois tinha a esperança de fotografar os gols do Itabaiana, o que não aconteceu. Por outro lado teve um torcedor que me reconheceu do evento na CDL e me pediu para fazer uma foto dele para eu trazer aqui para o Rio, ou as piadas de um dos torcedores que estava atrás do gol no segundo tempo e disse:
“Ai hein fotografo?! Só tirando foto do gol, mas ta difícil, se você depender de gol do Itabaiana para ganhar dinheiro, você tá lascado!”
Com o fim do jogo vou me despedir do povo em especial das rádios e na hora que fui dar um tchau para o pessoal da Radio Princesa da Serra, quase pago o mico de entrar na cabine com locutor no AR e dando as palavras finais do jogo! Já com Roberto Carioca da Rádio Capital do Agreste, o mesmo agendou comigo uma entrevista para o dia seguinte ao meio dia.

ELENCO DO JOGO E BASE DA TEMPORADA 2007!

Eu, Lorena e sua mãe D.Silvia fomos embora e paramos para pastéis com caldo no trailer em frente ao estádio e fui para casa da minha tia (apenas um quarteirão do estádio). Já em frente à casa de minha tia, D.Silvia falou que minha camisa do Itabaiana era antiga e iria lavar a dela para me dar uma mais recente e assim tenho camisas do Itabaiana das temporadas de 1997 e 2006.

29 – 12 -2008 - The Day After...
Passei parte da manhã esperando a entrevista com Roberto Carioca na Rádio Capital do Agreste e aproveitei para ir à uma lan-hause, ver como estavam as coisas no mundo virtual e lembro de dois papos pelo MSN:
1- Silvia, a menina mais bonita de BH, me contou que devido à violência no Rio, a família dela que planejava passar o revellión no Rio tinha desistido.
2- Um amigo perguntava se eu tava pegando muita mulher em Sergipe, e disse que eu tinha que honrar os cariocas, pois no geral quando um carioca chega em qualquer lugar arrebenta. Respondi que até aquele momento só tinha dado uns beijos. O curioso é que enquanto falava com ele, eu também falava com a menina que levei para cama em minha primeira noite de volta ao Rio! Rsrsrs...

Ao meio-dia fui a Rádio Capital do Agreste para a entrevista com Roberto Carioca e lá pude conversar melhor com ele sobre política, futebol, Itabaiana, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro,Jornalismo, Orkut e Radialismo. Roberto Carioca disse que conhecia por nomes alguns locutores do Rio, já que muitos programas, em especial jogos de futebol, são transmitidos para o Brasil. Dos locutores que são professores da Estácio de Sá, ele reconheceu Francisco Aielo da Rádio Globo. Roberto Carioca além de esporte também fazia o jornalismo policial e cidade, e me convidou para uma volta pela cidade para apurarmos os fatos itabaianenses. Entramos no carro da rádio e partimos. Primeira parada entrega uma promoção para uma ouvinte premida com de vale-butijão de gás. Gostei daquilo, era uma espécie de periferia de Itabaiana em uma rua sem asfalto, quase sem nome, e algumas casas nem números tinham. Foi até difícil de achar a casa da felizarda.

No carro uma entrevista ou debate com a prefeita da cidade onde a mesma comentava como seria as festas de final de ano na cidade, e também classificou como vergonhosa a inaugurarão da nova iluminação do Estádio do Itabaiana, obviamente que ela é (ou era) oposição aos políticos que “deram a luz” no estádio na noite anterior.

Seguimos para o centro de Itabaiana e paramos na Praça da Matriz. Ele sai do carro por alguns minutos, mas mal saiu do carro voltou e me contou que aquela praça era o centro de Itabaiana, logo o centro de Sergipe.

Naquele momento EU VIAJEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII...
Meu lado místico foi acionado, refletia comigo sobre o fato daquela Pça ter sido o palco do meu primeiro beijo 30 anos antes, tipo:

Por que certas coisas só acontecem comigo?
Por que minha vida parece sempre um filme?
Por que eu sou tão raro assim?


Seguimos até à delegacia da cidade, fazer o ronda policial e lá “conheci” alguns dos procurados pela polícia local pelas fotos fixadas na parede. Estacionados em frente à delegacia, Roberto Carioca faz as chamadas do noticiário policial e esportivo, e após fazer seus comentários sobre o jogo da noite anterior ele me entrevistou. Na entrevista dei meus pontos de vista da partida, falei sobre a comunidade que criei no Orkut para o Itabaiana mesmo morando no Rio de Janeiro e aproveitei para convidar os ouvintes para participar da comunidade.

Finalizado o papo, fiquei próximo à casa de minha tia e de lá segui para Campo do Brito na esperança de ir com meu primo ao AJU ROCK FEST II. Meu primo acabou desistindo de ir e eu voltei sozinho para Aracaju, para o tão aguardado evento de rock na capital Sergipana, mas isso fica para o próximo capitulo...



Namastê!
Michael Meneses!